Quase achei que essa crônica jamais seria escrita, nos anos 2000 nascia um time do interior que começava a ousar ganhar campeonatos, a equipe do Povoado Monte Coelhos. O E.C. Samambaia exportava seus atletas para São Paulo e os deuses do futebol não mais reservavam sorrisos para nós. E aí tínhamos quase-títulos, quase-alegrias, quase-gozos, mas tinha no fundo a certeza, na hora certa o manto tricolor encontraria os guerreiros certos, pois já dizia Renato Russo: "quem espera sempre alcança!"
Chegou 2005, A torcida voltou a empurrar, os craques voltaram a aparecer, os artilheiros certos voltaram a decidir e os títulos um a um foram merecidamente ficando na Vila de Samambaia. Ah! e o ex-rival, hein! Agora passa seu tempo limpando seus troféus do passado para não sumir na poeira. Como chamar de rival um time que a última vez que desclassificou o E.C. Samambaia no tempo normal foi em 2004, há 08 anos atrás, sim, pois tivemos um tropeço em 2010, perdendo o título nos pênaltis, mas lembremos que o jogo normal teve o placar injusto de um a um.
Acho difícil fazer comparações com um time que briga agora pelo sétimo título do Interpovoados e vai pra sua quinta final consecutiva, que ganhou Campeonatos Inter-Regionais, Copas particulares, Campeonatos Municipais de outros Municípios, como? Desisto, não dá! Será que eles ainda acham que vão nos acompanhar? Acho que a resposta certa vem dessa célebre frase: "A esperança é a última que morre, mas morre.
Em outros tempos, quando jogos como o de ontem ainda tinha importância, quando ainda circulava na cidade e no interior que tínhamos uma disputa acirrada, haviam apostas, imprensa em dúvida, o povo na rua contestando, mas e agora? Ontem tínhamos em campo um favorito contra uma zebra: triste fim da rivalidade. Agora, procuramos um rival, Riacho Fundo? Campestre? Quem sabe? Quem tiver um Clube, uma idéia, alguém que consiga manter a rivalidade por um tempo, por favor, procure a direção do Clube na Vila de Samambaia, pois que graça tem o futebol sem rivalidade.
Ah! Já ia esquecendo, tenho que falar ainda do jogo de ontem...
Me perdoe Ernandio e Marcelinho que conquistaram a torcida com a raça e técnica costumeira, Faraó que fez sua melhor partida da competição, Ezenral e Nininho, dois moleques de pouca estatura e de futebol de gente grande. Me perdoe Silis, mais discreto no meio campo ditava o ritmo do jogo, Jefinho, jovem ainda e já eleito o novo coringa do time. Ety e Clayton que voltaram a equipe e trouxeram, mais do que correria, o coração e deram exemplos de superação. E Keké, que não visitou a linha de fundo no primeiro jogo, passeou na defesa adversária e deu trabalho a beça. Não vou pedir perdão ao goleiro Dilson, ontem nem se ouviu falar no nome dele, não teve trabalho.
Mas tenho que falar dele, dele mesmo, Buiu, no primeiro jogo mandou a campo um clone apático que passou despercebido, aí no segundo jogo ele resolveu entrar em campo, só precisou de uma chance, uma chance só, deixou dois marcadores para traz, driblou o goleiro e com a trave aberta chutou..., antes de entrar cochichou no ouvido da bola: vai, entra! Aí o grito foi nosso. Sábado que vem tem mais...
Ficha técnica: Dilson, Ezenral, Marcelinho, Ernandio e Keké; Silis (Wellington), Nininho, Clayton (Jefinho) e Buiu(Binho); Faraó (Macula) e Ety.
Obrigado por sua visita..!
